A experiência das Igrejas locais em regiões extremas do Brasil foi partilhada nesta segunda-feira (16) pelo bispo de Macapá (AP), Dom Pedro José Conti e pelo bispo de Rio Grande (RS), Dom Ricardo Hoepers com jornalistas durante a 56ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Os prelados falaram sobre os desafios de ser Igreja nestas realidades extremas e particulares do país, como o Oiapoque, no extremo norte, e o Chuí, no extremo Sul.
Oiapoque
Dom Pedro José Conti ressaltou os desafios sobre as grandes distâncias, as dificuldades de transporte e de comunicação em virtude da extensão territorial e amplitude da fronteira.
A cidade de Oiapoque é a única fronteira brasileira com um território europeu ultramarino, a Guiana Francesa. Essa região e sua condição de fronteira se depara com desafios como a invisibilidade social e o isolamento territorial.
Oiapoque fica a 600 quilômetros de Macapá, capital do estado. Parte da estrada ainda não é asfaltada, o que dificulta ainda mais o acesso terrestre à cidade, cercada por águas e florestas, afirmou Dom Pedro José Conti.
O bispo de Macapá citou ainda situação da Ponte Binacional Franco-Brasileira que vai liga por via terrestre o Brasil e a União Europeia a partir da divisa entre o Amapá e a Guiana Francesa. Dom Pedro explicou que entre os empecilhos para o uso da ponte estão as barreiras físicas e econômicas.
Garimpos clandestinos, tráfico de pessoas, tráfico de drogas e a falta de religiosos dedicados a missão nessa área também são desafios presentes na região.
Chuí
O bispo de Rio Grande (RS), Dom Ricardo Hoepers trouxe os desafios do Chuí, extremo sul do Brasil. O Chuí é um município brasileiro do estado do Rio Grande do Sul. É a cidade mais meridional do país, fazendo fronteira com a cidade do Chuy, no Uruguai.
Uma Igreja vazia e mais uma vez a escassez de religiosos estão entre os pontos citados pelo bispo. Dom Ricardo citou uma pesquisa de 2010 onde foi identificado que 54% da população se declara sem religião. O percentual é preocupante para a Igreja local, visto que em todo território brasileiro essa taxa é de 8%.
“A região concentra um número expressivo de árabes palestinos, espíritas e evangélicos. Nesse cenário temos um grande desafio de evangelização, já que os cristãos representam apenas 30% da população”, afirmou.
O esforço da diocese é de ir ao encontro dos nossos católicos tendo uma presença mais efetiva entre os cristãos.
Dom Ricardo Hoepers ainda falou sobre a liberação da maconha no Uruguai, o que também causa um problema social com dependentes químicos. O país é o único no mundo a legalizar a produção, comercialização e distribuição da droga.
Segundo o bispo a resposta da diocese foi pedir aos prefeitos das cidades no Brasil e Uruguai a instalação de uma Casa de Dependentes químicos.
Fonte: A12
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