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Em coletiva, Dom Ricardo explica a Defesa da Vida, contra a descriminalização do aborto
03/08/2018
Na segunda-feira (06/08), às 8h30min, Dom Ricardo Hoepers, vai participar da Audiência Pública no Supremo Tribunal Federal , que vai discutir a descriminalização do aborto (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental - ADPF 442), representando a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB. Na última quinta-feira (02/08), o Bispo Diocesano do Rio Grande conversou com os jornalistas, em entrevista coletiva, na igreja Nosso Senhor do Bom Fim, antes da Missa pela Vida, presidida por ele. Na oportunidade, Dom Ricardo falou sobre a expectativa da Defesa da Vida, que fará em dez minutos, em Brasília.
“É um momento muito importante da história do Brasil. Os bispos, através da CNBB, estarão representados lá e nós queremos participar dessa discussão, apesar de que estamos criticando esse processo, porque caberia ao Parlamento, caberia à Câmara dos Deputados legislar e, infelizmente, esse tema foi direto para o Supremo, que abre essa discussão para ouvir todas as partes. Também achamos estranho, porque 70% dos escolhidos são pró-aborto e não há uma equidade entre as duas partes. Mas eu acho que faz parte da democracia. O importante é que nós vamos ter um momento para falar e a CNBB, assim como outras instituições, estará lá como representante também dos brasileiros e brasileiras. Estou deixando bem claro que não se trata de uma discussão religiosa. Muitos dizem que a ideia é o Estado Laico contra a religião nesse tema. Absolutamente. Estamos falando em dignidade, integralidade, inviolabilidade da vida humana, direitos humanos sim. Então todos devemos fazer parte de um debate que está colocando em jogo a vida das futuras gerações, a vida das crianças”, argumenta o Bispo.
Dom Ricardo explica que o problema é real de saúde pública e que muitas mulheres sofrem e precisam optar pelo aborto. O aborto, às vezes, parece que é uma vitória, uma bandeira, porque foi aprovado por outros países. “Não é uma bandeira, é um drama social. Nenhuma mulher se sente feliz em abortar”, frisa. Não só como Igreja Católica, mas como brasileiros e brasileiras, os representantes da CNBB estão querendo dizer ao Supremo Tribunal Federal que é preciso pensar nos dois: na mulher, mas também na criança. “Se queremos legislar e legislar bem, temos que fazer leis proporcionais. Não adianta descriminalizar as mulheres e dar pena-capital às crianças”, acrescenta.
A proposta da CNBB é fazer uma reflexão mais ampla sobre quais os outros caminhos o Brasil poderia buscar em relação a esse problema social. A alternativa, segundo Dom Ricardo, é criar políticas públicas de seguridade, políticas públicas de sexualidade e proteção à mulher. “Nós temos feito muitos projetos no Brasil todo , inclusive eu vou entregar um estudo, em mãos, à Ministra Rosa Weber, das casas de acolhida. Nós entendemos que não se resolve um mal com outro mal. As Casas de Acolhida Pró-Vida têm mostrado que é um trauma a menos. Quando a mulher vai e é acolhida e se sente segura, leva a gestação a termos e, de fato,  a criança nasce, é outro clima, é humanitário. É diferente de quando a mulher procura o aborto e depois tem depressão, angústias, sofre uma dor de consciência. Então nós estamos tentando propor novos caminhos, para que nem a mãe seja traumatizada nem percamos nossas crianças. Então, no fundo, a Igreja Católica defende a vida, da concepção, até o fim natural. Essa é a posição da Igreja”.
Em relação ao período de 12 semanas previsto na ADPF 442, o Bispo representante da CNBB contesta, argumentando que é a décima segunda semana de desenvolvimento uma vida nova e que não se pode começar a compartimentalizar o ser humano: “Os que podem viver e os que não podem; os que têm qualidade de vida e os que não têm; os que servem à sociedade e os não servem. Isso não é legislar a favor da população e da dignidade humana. Vamos defender sim as mulheres pela sua saúde, principalmente por sua saúde sexual e reprodutiva, e defender também as crianças, para que o nosso país possa continuar cantando o Hino Nacional: Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada, Brasil!

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