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A fé e a devoção em Maria, Mãe de Jesus, levaram seis mil pessoas à 44ª Romaria de Nossa Senhora de Fátima no domingo de 14 de outubro. Após a Missa celebrada no início da manhã na igreja Nossa Senhora Auxiliadora, os fiéis partiram em caminhada, até o Santuário de Fátima, onde houve Missa Campal no pátio do Colégio Marista São Francisco.

No início, eram cinco mil romeiros, ocupando cinco quadras, dos dois lados da rua. Porém, a cada esquina, mais devotos entravam na caminhada, seguindo a imagem peregrina, ao lado do Bispo Diocesano do Rio Grande, Dom Ricardo Hoepers; do Bispo Emérito, Dom José Mário Stroeher; sacerdotes, diáconos, ministros da Eucaristia, seminaristas, coroinhas. 

Rezando e cantando com o Vigário Geral do Rio Grande, padre Gil Raul Pereira Júnior, e com o padre José Francisco Giribone, romeiros de diversos municípios pertencentes às dioceses de Pelotas e Bagé uniram-se ao povo rio-grandino. Manifestações visíveis de agradecimento apareceram pelas ruas Buarque de Macedo, Cristóvão Colombo, Avenida Portugal, Aquidaban, Dezenove de Fevereiro, Vinte e Quatro de Maio, Dr. Nascimento e Canabarro. Quem olhou para o chão viu dezenas pés descalços e, no colo de suas mães, encontrou crianças vestidas de anjinhos. Cadeirantes e pessoas com dificuldade de locomoção também participaram da maior romaria dos últimos anos.

Animando o Povo de Deus, o padre Giribone falou aos caminhantes: “O final da caminhada é a vida eterna”, frase que foi lembrada por Dom Ricardo na Missa Campal. Na entrada do pátio do colégio, a imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima foi recepcionada com os aplausos da multidão. O Reitor do Santuário, padre Luiz Fernando da Matta, acolheu os romeiros, que acompanharam o tema da 44ª Romaria: "Com Maria, igreja em saída a serviço do Reino." (Lc 1, 39-56).

Dom Ricardo começou sua Homilia, relatando que, durante a caminhada, uma repórter perguntou: “Por que tanta gente vem caminhar?” e ele respondeu: “É a fé que nós temos nos sinais de Deus, que se comunica conosco”. 

“Não é um Deus silencioso, calado, omisso, distante. Ao contrário, é um Deus da Vida, um Deus de amor, um Deus que faz sairmos de nossas casas e não nos conformarmos na nossa mesquinhez, na nossa pequenez e a buscarmos algo mais na nossa vida. Temos sede de Deus. E Maria é um desses sinais de Deus na nossa vida. Desde a história da Salvação, desde a nossa criação e da criação de todas as coisas, Ele se faz presente, mostrando, a cada um de nós, que caminho nós devemos trilhar. Portanto, esse caminho que nós fizemos representa o caminho da nossa vida, como muito bem o padre Giribone falou, e o final desse caminho é a eternidade que todos nós desejamos alcançar. E Maria caminha conosco. Muitos nos criticam pelo nosso amor à Nossa Senhora. Mas, cada vez que nos criticam, nós a amamos mais ainda. Muitos não entendem a nossa intimidade com Maria, que nos aponta Jesus. Fazei tudo que Ele vos disser, como no Evangelho de hoje. Ela aponta para o Cristo. Ela não é o final, não é a meta. Ela é o caminho seguro que nos leva ao seu filho Jesus e é Ele que nós queremos alcançar, é a Ele que nós queremos chegar e, junto com Maria, caminhamos para o Cristo”. 

Sobre as leituras do domingo, Dom Ricardo salientou que Maria deixa três grandes lições. Na Primeira Leitura, a rainha Esther, é a mulher que cuidado o seu povo. Maria saberia dizer do que precisa cada um dos brasileiros, coração por coração de cada um, porque é mãe e a mãe sente quando o filho está longe e não está bem. Sobre a oração Ave Maria, o Bispo explicou: “Quando rezamos, estamos lembrando de toda a História da Salvação, porque não são palavras humanas. Foi o próprio anjo Gabriel que anunciou Cheia de Graça”. 

Na Segunda Leitura, Maria é prefigurada na Mulher do Apocalipse, que enfrenta o dragão, que joga uma torrente de água para submergi-la para calá-la. “Mas ninguém cala o coração de uma mãe. A mãe pode ir do outro lado do mundo, se for preciso, para salvar os seus filhos. Essa é Maria que nós conhecemos, que não tem medo de enfrentar o dragão que for”, acrescentou.

A terceira grande lição está no Evangelho: Maria intercessora, a mãe que está atenta a tudo e que quer a felicidade do filho acima de tudo. O vinho do primeiro milagre de Jesus no casamento significa a alegria e a disposição que o cristão deve ter, finalizou Dom Ricardo.

Durante a Missa - que foi concelebrada por Dom Jacinto Bergmann, Arcebispo de Pelotas; Dom José Mário e sacerdotes da região - diversos padres atenderam confissões. Uma longa fila se formou por fiéis que buscaram o sacramento.

No final da Missa, Dom Jacinto falou sobre a canonização de São Paulo VI, ocorrida nesse domingo, pelo Papa Francisco. O Arcebispo leu um trecho do recado do Papa Francisco aos brasileiros, sobre Nossa Senhora Aparecida, que destaca: "Que cada um encontre Nossa Senhora em seu coração, assim como os pescadores. Busquem nas águas de seus corações",
No próximo domingo (21), a Arquidiocese de Pelotas vai realizar a 33ª Romaria de Nossa Senhora de Guadalupe, na Cascata. 

O padre Rômulo Conceição convidou para a Jornada Diocesana da Juventude, que começa dia 19 de outubro em Rio Grande.

No meio da tarde desse domingo, o novo padre da Diocese, Eder dos Santos Borges, celebrou a Missa da Saúde no Santuário de Nossa Senhora de Fátima.