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Reflita com a Campanha da Fraternidade
14/02/2018
A Campanha da Fraternidade é o diálogo da Igreja com a sociedade, para que todos trabalhem por um mundo mais justo. A Igreja não impõe nada, propõe uma reflexão. Essa explicação é do padre Luís Fernando da Silva, secretário executivo da Campanha da Fraternidade da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O padre conduz os oito vídeos do curso online disponibilizado gratuitamente pela Editora Edições CNBB, sobre a Campanha da Fraternidade 2018, cujo tema é “Fraternidade e superação da violência” e o lema, “Vós sois todos irmãos” (Mt 23,8). Ele fala sobre a origem da campanha, a temática de 2018 e sua aplicação prática e ainda apresenta dicas para quem deseja trabalhar pela superação da violência.
Como começou
Segundo o padre Luís Fernando, na década de 60, a Cáritas Brasileira iniciou uma campanha que visava despertar, nas pessoas, o senso de fraternidade e de ajuda ao próximo. A campanha foi crescendo e, hoje, tem mais de meio século, com o objetivo de despertar para o senso da justiça social. A cada ano, a CNBB escolhe uma temática, como ecologia, saúde, trabalho, família e biomas.
Fraternidade e superação da violência
O secretário executivo da Campanha da Fraternidade salienta que, na temática “Fraternidade e superação da violência”, a palavra “superação” é a mais importante. O lema “Vós sois todos irmãos” foi encontrado no Evangelho de São Mateus, no qual Jesus explica que as pessoas valem porque são filhas do mesmo Pai.
Os altos índices de violência no Brasil motivaram a escolha do tema. “Como Igreja, não podemos deixar de oferecer uma resposta”, acrescenta o padre Luís Fernando.
Violência
O texto-base da Campanha da Fraternidade 2018 é dividido em três partes pedagógicas: ver, julgar e agir. O que é visto pode ser de forma direta, às claras. Também pode ser cultural, por meio de piadas, brincadeiras, desprezo ou outras formas de diminuição do ser humano. Há ainda a violência estrutural. Quando mais pobreza, menor a estrutura, a saúde ou a segurança, maior a violência.
Ao final, o texto-base apresenta 13 rostos que sofrem com a violência e anuncia uma boa-nova para que essas realidades sejam transformadas e haja a esperada superação da violência.
A violência na Bíblia
O padre Luís Fernando da Silva cita três trechos do Antigo Testamento que tratam da violência. No Genesis, Caim Mata Abel . Segundo ele, é a origem da violência, “quando um ser humano não reconhece que o outro é seu irmão”.
Na Lei de Moisés, os Dez Mandamentos são um convite concreto para a superação da violência. O terceiro elemento apontado pelo padre, no Antigo Testamento, é a mensagem dos profetas, que denunciam a injustiça e anunciam a justiça.
No Novo Testamento, Jesus anuncia o Evangelho. “Jesus assumiu para si a dor que é causada às vítimas da violência. Passou pelo mundo anunciando o Evangelho da reconciliação, da justiça e da paz. Jesus promoveu uma cultura de paz que serviu de modelo para todos os tempos e também foi vítima da violência. Jesus é o ressuscitado que passou pela violência”, resume.
Conforme o secretário executivo, o ser humano não está pronto, está em constante conversão. A Igreja, apesar de ter participado de histórias de violência, sempre teve homens e mulheres comprometidos com o anúncio da reconciliação e da paz. Basta recordar os mártires.
São Francisco de Assis compôs uma oração que diz: “Ode houver ódio, que que eu leve ao amor”. São João Paulo II trabalhou em campos de trabalho forçado durante a Segunda Guerra Mundial e, depois, tornou-se Papa.
No curso online da Edições CNBB, o padre Luís Fernando aconselha a pesquisa, na internet, sobre as mensagens dos papas João Paulo II, Bento XVI e Francisco sobre o Dia Mundial da Paz.
Ações práticas
“Precisamos perdoar mais e ofender menos”, sintetiza o padre. No âmbito pessoal, a conversão é o primeiro passo para a superação da violência, para que ninguém fale mal do irmão, eduque sem violência e tenha mais tolerância. Divulgar o cartaz da campanha da Fraternidade, refletir com crianças e adolescentes e promover a Via Sacra são algumas dicas práticas pessoais que contribuem.
No âmbito comunitário, o engajamento nas pastorais sociais é uma forma prática de trabalhar pela superação. No âmbito social, a Lei Maria da Penha e o Estatuto da Criança e do Adolescente são ações concretas no mesmo sentido. 
“Cada pessoa que toma contato com a mensagem da Campanha da Fraternidade pode ser um agente de reconciliação, de paz e da superação da violência”, conclui o padre Luís Fernando da Silva, secretário executivo da Campanha da Fraternidade da CNBB.
Onde se inscrever:
http://materiais.edicoescnbb.com.br/curso_campanha_da_fraternidade_2018