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Padre Domingos fala da experiência de missão em Moçambique
17/10/2017

Padre Domingos Manoel Rodrigues Lopes, natural de Lavras do Sul (RS), pertence ao clero da Diocese de Bagé, e há mais de um ano e meio é missionário em Moçambique. Em entrevista ele conta como surgiu o desejo missionário e as primeiras impressões do povo da missão. Expressa sua alegria de fazer parte da equipe de colaboradores do projeto Igreja Solidária, mantido pelo Regional Sul 3 (Igreja do Rio Grande do Sul) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Conta como foi sua decisão de partir em missão?
Primeiro nasceu a curiosidade despertando o interesse e, por fim, a decisão. Essa curiosidade se manifestou a partir de alguns testemunhos: Dom Roque Paloschi (hoje arcebispo de Porto Velho) que foi presbítero do nosso clero de Bagé e fez essa experiência da missão ad gentes em Moçambique. Também o Padre Sergio Lima Pereira, da Arquidiocese de Pelotas, que trabalhou alguns anos em Roraima, e o convívio com os padres da Diocese de Bengela da Angola, que atuaram em Pelotas em nosso tempo de formação. O aprendizado que relatavam chamou minha atenção. Num segundo momento, após alguns anos de ministério, despertou-me o interesse em saber atualmente como estava a missão ad gentes e a possibilidade de ‘entrar na fila’ para futuramente fazer a experiência de missão. Por fim, a decisão veio depois de um breve processo de conversas com Padre Rodrigo, a Daniela Gamarra e com Dom Jaime. Não faltou o apoio do clero na diocese de Bagé e do nosso Bispo. Eu pensava que o fato de estar ‘iniciando’ o ministério (3 anos de padre) não seria um empecilho e sim a continuidade de uma caminhada permanente de formação, até mesmo para um amadurecimento na missão diocesana ao retornar.
Qual sua primeira impressão ao chegar a Moçambique?
Desmitifiquei a imagem de um povo triste ou sem esperança, uma imagem negativa que se forma pela falta de  Equipe missionária domingosinformação e até tendenciosa que são incrustados na sociedade geral. Mesmo sendo recente o fim de alguns conflitos armados, as consequências das guerras, encontrei lá cristãos e muçulmanos maduros e perseverantes em suas experiências de fé. Cristãos com grande proximidade com Palavra de Deus, protagonistas de uma Igreja que valoriza e promove a ação dos leigos, e fortes colaboradores das Equipes Missionárias na acolhida e nos ensinamentos.
Como se sente colaborando com o projeto Igreja Solidária do Regional Sul 3 da CNBB?
Sinto grande alegria em fazer parte desta continuidade, desta caminhada iniciada há mais de 20 anos pelo Regional e congregações religiosas, e assim ser presença da Igreja com minha maneira de ser e agir, crescendo no aprendizado com os costumes culturais e religiosos do povo Macua. Enfim, não somos melhores por sermos enviados para missão ad gentes, somos apenas ‘simples servos na vinha do Senhor’.
O que mais gostaria de dizer?
Acredito que estamos no momento de retomar, nas Dioceses e Arquidioceses, esta responsabilidade de cooperação que é tão importante para as nossas igrejas locais quanto para a Arquidiocese de Nampula. Precisamos nos apropriar desta proposta novamente como um fortalecimento na formação e atualização do nosso clero gaúcho, penso que das “nossas façanhas” (como cantamos no Hino Rio-grandense) a primeira deve ser a coragem de sair de nossa zona de conforto, concretizando a “igreja em saída” que o Papa Francisco pede, desafiando-se em terras estrangeiras.

Entrevista concedida ao jornalista Judinei Vanzeto,
Assessoria de imprensa
Regional Sul 3 da CNBB