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A mensagem do Papa Francisco para o 55º Dia Mundial das Comunicações Sociais, divulgado dia 23, na véspera do dia em memória de São Francisco de Sales, patrono dos jornalistas, convoca os comunicadores a uma experiência real com a notícia e enaltece a coragem desses profissionais. O Dia Mundial das Comunicações será celebrado em 16 de maio.

Com o título “Vem e Verás”, o Papa explica que a chamada a “ir e ver” é uma sugestão para toda a expressão comunicativa que queira ser transparente e honesta: tanto na redação de um jornal como no mundo da web, tanto na pregação comum da Igreja como na comunicação política ou social. Extraído do Evangelho de João, o tema tem como subtítulo “Comunicar encontrando as pessoas onde estão e como são”. Esse foi o modo como a fé cristã se comunicou a partir dos primeiros encontros nas margens do rio Jordão e do lago da Galileia, segundo o Papa.

Para Francisco, é preciso abrir-se ao encontro, ou melhor dizendo, “gastar a sola dos sapatos”, para que a informação deixe de ser construída nas redações, nos terminais das agências, nas redes sociais. “O método “vem e verás” é o mais simples para se conhecer uma realidade, pondera o Papa. Ele enalteceu a coragem e determinação de tantos profissionais da comunicação social, enfatizando que hoje só é possível conhecer a difícil condição das minorias perseguidas em várias partes do mundo, os abusos e injustiças contra os pobres e contra a criação por meio desses profissionais. “As numerosas realidades do planeta – e mais ainda neste tempo de pandemia – dirigem ao mundo da comunicação um convite a “ir e ver””, frisou em sua mensagem.

Ele alertou ainda quanto ao uso das redes sociais, pois se por um lado traz grandes oportunidades, multiplicando a capacidade de relato e partilha, por outro lado, devemos todos sermos responsáveis pela comunicação que fazemos, pelas informações que damos, pelo controle que podemos conjuntamente exercer sobre as notícias falsas, desmascarando-as. O coordenador da Pastoral de Comunicação (Pascom) da Diocese do Rio Grande, Bruno Rios, destaca que o Papa Francisco faz essa reflexão não somente para os católicos, mas para todos que desejam contribuir para uma comunicação que seja promotora das boas notícias e denunciante dos problemas que ainda fazem tantos sofrerem.

Para Eliane Avila, responsável pelas redes sociais da Catedral São Pedro, a mensagem do Papa Francisco nos remete a uma reflexão sobre a convergência entre mídias, vivência e fé em tempos de pandemia. “Segundo ele, é preciso estar atento, pois corremos o risco de assistirmos a uma generalização de informações, sem nunca ter experimentado a experiência real dos fatos e consequentemente assumiremos o papel de expectadores externos”, destaca Eliane.

Para a responsável pelas redes sociais da Catedral São Pedro, é inegável que as mídias tiveram um enorme destaque como fonte de comunicação e contribuição, num momento de incertezas, em que fomos privados de nossa própria liberdade. No entanto, pondera, “é preciso que tenhamos o discernimento que nossa vida não poderá ser eternamente vivida pelo olhar do outro. Precisamos diariamente nos questionar e manter o propósito de seguir o Evangelho, pois somente a fé e a esperança de dias melhores nos levarão a perseverar em nossa caminhada cristã”.

O Dia Mundial das Comunicações sociais é um momento de aproximação da Igreja com os jornalistas, o que neste ano fica mais evidente na mensagem, reflexo do período que estamos passando como sociedade. “Neste tempo de pandemia, nós observamos o quanto uma informação distorcida, falsa, pode ser destrutível, pode trabalhar contra a vida”, lembra Bruno, enfatizando que, nesse sentido, o Papa ressalta a importância dos jornalistas para a propagação das notícias verdadeiras que denunciam os problemas que afetam os mais pobres. “Mais que isso, são dignos de nossa admiração aqueles profissionais que vão aos locais ver o sofrimento e denunciam e comunicam a injustiça, colocando em risco suas próprias vidas”, observa.

Bruno Rios parabeniza todos os profissionais da comunicação, sugerindo uma reflexão ao que o Papa Francisco conclama em sua mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, isto é, para que a gente vá e veja as periferias do mundo para comunicar a realidade pela ótica destas pessoas, muitas vezes excluídas, e que, nessa pandemia, sofreram mais os efeitos desta grave crise sanitária e econômica. “Essas periferias estão ao nosso lado; cabe a nós seguir o convite de Jesus: Ir e ver”, sintetiza o coordenador da comunicação da Diocese do Rio Grande.

Pastoral da Comunicação Diocese do Rio Grande