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Dom Ricardo participa do programa Partilhando da Arquidiocese de Pelotas e afirma:
27/01/2021

Dom Ricardo Hoepers foi o primeiro convidado de 2021, no último dia 27, no Programa “Partilhando” da Pastoral da Comunicação da Arquidiocese de Pelotas. Apresentado pelo professor Manoel Jesus e Lupi Scheer dos Santos, coordenador da Pastoral de Comunicação da Arquidiocese, o programa tratou sobre “A ação pastoral para uma igreja após a pandemia”. A audiência da live no Facebook contou, inclusive, com a participação especial da mãe de Dom Ricardo, Dona Doraci, nos comentários.


Inicialmente, o bispo da Diocese do Rio Grande discorreu um pouco de sua história pessoal e vocacional. Após, o professor Manoel de Jesus ponderou que a pandemia em 2020 assustou bastante e travou os fiéis de vivência da Igreja. Para o apresentador, a impressão é que em 2021, isso vai continuar. Dom Ricardo analisou que a Igreja, por sua própria natureza, é aglomeração e não tem como pensar diferente. Como exemplo, toda a programação do Ano Jubilar da Diocese do Rio Grande tinha sido prevista com atividades de muita aglomeração. Ele entende que, em função disso, a pandemia trouxe uma crise para a Igreja. “Vida comunitária é vital e sustentáculo”, disse o Bispo. Portanto, o maior desafio é superar essa falta de comunidade.


Diante disso, na sua opinião, três pontos referentes à pandemia precisam ser analisados. O primeiro é a fragilidade social gerada, que inclusive originou o Projeto “É tempo de cuidar” motivado pela CNBB e realizado na Diocese do Rio Grande durante 2020. A questão social foi exacerbada. Em segundo lugar, houve a crise comunitária, ao ponto de fechar as igrejas logo no início da pandemia por conta da rápida propagação do coronavírus. Isso aconteceu até as igrejas serem reconhecidas como serviço essencial. “Uma igreja aberta é vida que sustenta a caminhada das pessoas”, entende, refletindo que talvez esse seja o nosso maior desafio. E por último, a existência de muita gente em situação de depressão, inclusive crianças que tiveram que ser tiradas do convívio social.


Para Dom Ricardo, o isolamento social está nos mostrando o quanto a vida comunitária é importante. Além disso, por já estarmos numa sociedade secularizada onde há um culto exacerbado do individualismo, ele teme que talvez o resultado do isolamento pandêmico seja também um individualismo espiritual, justamente pela falta da vida comunitária nesse período.


E o pós pandemia? - Questionado no que se refere ao período pós pandemia, quais mudanças necessárias na ação pastoral ou até mesmo na ação missionária, Dom Ricardo analisou que a pandemia deu uma freada na Igreja em saída. “Até os padres ficaram angustiados, contou ele, mas gosto de refletir que a luz do sol também entra pelas frestas. Então a alternativa será trabalhar com o que tivermos de possível”. Ele lembra que até agora, as comunidades sobreviveram a seu jeito, seja por lives, pela oração dos terços etc. Será preciso redescobrir, pois a pandemia trouxe o medo e o medo engessa. “Temos que superar o medo e fazer com as condições que tivermos, pois não podemos parar a evangelização”, reforçou Dom Ricardo, para quem não existe isolamento espiritual e é premente a necessidade de expandir nossa ação.


Dom Ricardo, que é referencial para a Família na CNBB Regional Sul, ao ser interpelado sobre como trabalhar todas as fragilidades existentes e recrudescidas pela pandemia, citou São Paulo: “É na fraqueza que me torno forte”. Para ele, cada região precisa compreender as características de sua realidade familiar. O papel da igreja deve ser o de ajudar a fortalecer os vínculos de amor, de solidariedade, de fraternidade. “É um trabalho personalizado, por exemplo, com aquele casal que procura a igreja para batizar seu filho ou para rezar uma missa de sétimo dia de um ente querido. A Igreja tem que buscar estabelecer um vínculo com esses casais”, o que na sua opinião é um campo aberto para a Igreja que deveria também, ao seu ver, ter um maior olhar para os casais em segunda ou terceira união.


Para finalizar, questionado sobre o papel do Papa Francisco durante a pandemia, Dom Ricardo afirmou que o Papa se tornou o Pai da Humanidade. Principalmente porque ele é exemplo de um homem transparente, que traz humildade e confiança. Isso está refletido na Encíclica Social do Papa “Fratelli tutti”, onde deixou claro que o essencial é viver bem a amizade entre as pessoas e a preocupação com o próximo.


Em relação à vacina contra o Coronavírus, a opinião do bispo da Diocese do Rio Grande é de que o momento atual deve ser em ação de graças, pois todo o ano de 2020 foi de orações pelos cientistas e pela descoberta de uma vacina eficaz. Diante de todo o protocolo ético e da seriedade que o processo de liberação de uma vacina exige, do suor de tantos cientistas, Dom Ricardo diz que não é possível desprezar ou desvalorizar as vacinas que estão chegando, apenas lamentando que nem todos tenham acesso nesse primeiro momento. Com base na “Fratelli tutti”, Dom Ricardo afirmou ao final que o mais importante é a amabilidade. Reaprender a amar, segundo ele, é o grande remédio para a humanidade atual. “Vamos amar e o resto virá por acréscimo!”, finalizou.


Acompanhe a live completa: https://www.facebook.com/arquidiocese.depelotas/videos/695658304433067