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São José: o discreto anunciador de Jesus
19/03/2021

A Missa Solene de São José foi realizada no Mosteiro São José, das Carmelitas, presidida pelo Bispo Diocesano Dom Ricardo Hoepers, seguida da Hora Santa. Em todos os municípios da Diocese do Rio Grande, os católicos fizeram jejum e oração no Dia de São José, pela superação da pandemia que assola todo o mundo e as demais intenções citadas no último decreto da diocesano.


O bispo lembrou que a solenidade de São José está sendo celebrada no ano dedicado a ele, por meio da Carta Apostólica “Patris corde – Com coração de Pai”, pela passagem dos 150 anos da declaração do Papa Pio IX que o tornou Padroeiro Universal da Igreja. Mas o Papa Francisco também abriu nesse dia de São José, o Ano Família Amoris Laetitia, que será uma oportunidade de recuperar toda a riqueza da Exortação Apostólica Amoris Laetitia. Como citou Dom Ricardo, “aproveitando a importância dos valores da família como sustento e base de toda igreja e de toda a sociedade”.       


A palavra proclamada nessa solenidade não poderia ser mais especial, declarou o bispo em sua homilia, pois fala da paternidade de Deus, remetida, vivenciada e assumida por Abraão, Davi e José. “Os três experimentaram uma missão especial a eles confiada, se tornaram pais à sombra da figura paterna de Deus”, explicou, citando que a diferença é que Abraão e Davi tiveram longos relatos de suas histórias na Sagrada Escritura. Por sua vez, existe apenas um profundo silêncio de José. Com sua presença cotidiana discreta, escondida, ele amou seu filho Jesus e cumpriu sua missão mais sublime: se tornou a sombra na terra do Pai Celeste.


É possível também fazer uma análise dos papéis na Sagrada Família. Maria Santíssima, por exemplo, chamada cheia de graça, porque assim o anjo revelou, foi escolhida para ser a mãe do Senhor. “Isso significa para nós que o seio da Virgem Maria foi o primeiro sacrário da humanidade, onde Deus quis encarnar-se e vir ao mundo”, refletiu. Porém, lembrou o bispo, o anjo também avisou a José, em sonho, que recebesse Maria como esposa porque nela o que foi gerado, veio do Espírito Santo. O anjo também deu a ele a incumbência, que só o Pai da cultura judaica poderia fazê-lo: nomear o seu filho.

          

E assim, a primeira boca humana a anunciar o nome de Jesus foi de São José, pois, oficialmente, era o pai da cultura judaica que deveria dizer o nome escolhido ao seu filho. “José, ao pronunciar o nome de Jesus, selou na história da humanidade, a presença do redentor. Pela boca de São José, o Antigo Testamento abriu-se para o Novo Testamento”, sintetizou em sua homilia. Ele destacou ainda que, no silêncio da sua vida, José nos ensinou a humildade de ser o pai adotivo e dar a sua vida por inteiro a esse cuidado. E, por sua boca, todos hoje também podem pronunciar o santo nome de Jesus, nosso Senhor e Redentor. Isso significa que o coração paterno de José era o único digno de acolher, nomear e anunciar pela primeira vez, o nome do Salvador da humanidade. “O verbo se fez carne pelo sim de Maria. E foi anunciado pelo coração de José”, ilustrou Dom Ricardo.


O bispo agradeceu às irmãs carmelitas que, no silêncio e na simplicidade do Carmelo centenário, aprendem com São José, a pronunciar o nome de Jesus e fazer ecoar o nome do Salvador em toda a Diocese, em todos os corações despedaçados, levando alento e paz, fé e esperança àqueles que ouvem o nome do filho de Deus. “Deus se manifesta no silêncio dessa Casa, na sombra da vida de cada uma das carmelitas. No sussurro, como na brisa suave que Elias sentiu na montanha, aqui, São José, o pai do Cristo Redentor, nos avisa que não precisamos gritar, berrar ou nos amedrontar com os ruídos e as extravagâncias do mundo”, discorreu. E sintetizou que São José ensina às irmãs que é preciso trabalhar em silêncio, pois além de produzir mais, quando o fazemos, somos capazes de escutar a vontade de Deus sobre nossas vidas. O silêncio interior permite que possamos ouvir o que Jesus tem a nos dizer.


Ao finalizar sua homilia, Dom Ricardo invocou a todos, neste Ano Família Amoris Laetitia, que se abre oficialmente também na Diocese de Rio Grande, que persigam com força e vigor, o caminho ensinado por São José: sempre estarem dispostos a levantarem-se para cuidar daqueles que Deus nos confiou. “Se o próprio Deus escolheu uma família, nós também devemos amar e cuidar das nossas famílias. É o dom mais precioso. Em tempos de pandemia, de crise social, desequilíbrio econômico, São José vem alertar o nosso coração com a sua paternidade espiritual. Trazendo a todos nós a segurança que ele deu ao Menino e a Virgem Maria nos momentos mais difíceis”, ensinou nosso bispo diocesano, frisando que hoje, São José acolhe no seu coração paterno todos os que a ele recorrem como o pai nutrício e providente de nossa vida.


Pastoral da Comunicação Diocesana