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Pastoral Carcerária retoma as atividades de evangelização e promoção humana
03/10/2021

Com o trabalho paralisado desde o início da pandemia, por conta dos rígidos protocolos que fecharam a PERG (Penitenciária Estadual de Rio Grande) para visitação de familiares e outras atividades, a Pastoral Carcerária (PCr) está pronta para retomar seus compromissos. Lentamente, como destaca o coordenador da Pastoral na Diocese do Rio Grande, padre José Francisco Giribone Cardoso, mas com aquilo que considera essencial para os detentos, isto é, “buscando ser a presença de Cristo e de sua Igreja no mundo dos cárceres, em um atendimento às pessoas privadas de liberdade”.

 

Em meados de setembro, o Bispo Diocesano Dom Ricardo Hoepers visitou o diretor da PERG, Leandro Suanes, juntamente com o Presidente da Câmara de Vereadores, vereador Felipe Branco. Na ocasião, o bispo agradeceu a reabertura para as atividades da PCr e colocou a Diocese à disposição para parcerias em projetos sociais que possam colaborar na reinserção e integração social dos apenados após o cumprimento de suas penas. Dom Ricardo destacou a importância da espiritualidade e da fé para uma mudança de vida para quem deseja uma nova chance e um recomeço.

 

A Pastoral Carcerária de Rio Grande está atuando desde 2003, junto com o Esquadrão da Vida, que é uma comunidade terapêutica para tratamento de dependentes químicos de drogas lícitas e ilícitas, já que muitos dos que estavam na PERG foram para o Esquadrão da Vida. Basicamente é realizado um culto com a leitura da liturgia dominical, além de orações e a imposição do santo escapulário. “É um trabalho de restauração, uma evangelização lenta, mas que a gente percebe que tem uma influência muito grande nos detentos”, explica o padre Giribone.

 

Ele informa que os trabalhos vão recomeçar em um ritmo gradual e em sintonia com outras congregações que também prestam um serviço religioso no local, dividindo as atividades, em torno de duas horas, uma sexta feira do mês para cada religião. “Existem projetos novos em discussão no Conselho da Comunidade, pois é um trabalho feito em conjunto. Contudo, entendo que esse acompanhamento que nós já fazemos e que implica convívio, relacionamento fraterno, atenção, escuta e acompanhamento nas dificuldades, já é bastante importante para quem está naquela situação”, pondera.

 

Hoje, conforme o coordenador da Pastoral, o grupo está reduzido, com apenas três pessoas. E para avançar em novos projetos, por exemplo junto com os familiares, haveria necessidade de um número maior de voluntários. “Nós estamos à disposição e necessitamos contar com mais pessoas nesse trabalho social. Evidentemente que trabalhar nessa pastoral exige um gosto todo especial, porque a experiência de quase 20 anos de atividade mostra que o voluntário precisa ter um carisma específico de visitação e solidariedade”, frisa Giribone, desejando que haja pessoas com essa disponibilidade, podendo entrar em contato diretamente com ele.

 

Com o lema “estive preso e vieste me visitar” (Mt 25, 36), a PCr está presente em todos os estados do Brasil e é uma pastoral social ligada diretamente à CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). Os agentes pastorais promovem um serviço de escuta e acolhimento, anunciam a Boa Nova, contribuem para o processo de iniciação à vida cristã e para a vivência dos sacramentos, com foco na dignidade humana, pois “todo processo evangelizador envolve a promoção humana” (Doc. Aparecida, p.399).

 

Texto: Lucilene Zafalon / Pastoral da Comunicação Diocesana